Nos últimos dias perdemos duas grandes figuras da cultura em Portugal:
António Manuel Couto Viana e José Saramago.
Tive o privilégio de conhecer e privar pessoalmente com o primeiro e de assistir a algumas peças de teatro infantil em que ele participou, já que, sendo conhecido essencialmente como poeta, autor de livros infantis e director de diversas publicações, Couto Viana foi também dramaturgo, encenador, actor e director do saudoso Teatro do Gerifalto.
Quanto a Saramago, apenas tive o prazer de conhecer a sua obra. E foi por acaso que me chegou às mãos o primeiro de muitos livros da sua autoria que viria a ler: certo dia, dirigi-me à biblioteca da casa de pessoal do local onde trabalhava, para requisitar um livro, como fazia habitualmente. Não me recordo qual era o livro que pretendia, só sei que alguém, antes de mim, o tinha requisitado. Foi então que a colega agarrou num livro e perguntou se não estaria interessada em levar aquele, que tinha sido entregue há poucos minutos. Era o Memorial do Convento. Aceitei e levei-o para casa. Li-o em poucos dias e gostei tanto, que nas semanas seguintes só requisitei livros desse autor e a partir daí fui comprando (e foram-me oferecendo) todos os que ele foi escrevendo.
Couto Viana e Saramago foram pessoas com diferentes ideologias. Mas tiveram muito em comum. A excelência da sua obra, a incompreensão e falta de reconhecimento originada por essas mesmas ideologias, o seu respeito e admiração pela natureza e pelos animais. Até mesmo a longevidade. Ambos morreram com 87 anos, ainda activos.
E é com muito respeito e admiração por ambos que escrevo este post, com a certeza que continuarão sempre presentes na minha memória e na de todos os que os souberam entender e apreciaram o seu trabalho.
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