25 de Abril de 1974 - Sete horas da manhã. Levanto-me, ligo o rádio a pilhas da casa de banho e entro na banheira. Tocam marchas. Estranhando, tento mudar de posto, mas em nenhum deles dá a programação habitual. Acabo de tomar banho, limpo-me, visto-me e quando vou sair para mais um dia de aulas, toca a campainha. Espreito. Vejo o vizinho do lado, em pijama, de olhos muito abertos. Abro-lhe a porta e ele diz-me: "vizinha há uma revolução".
Entretanto os meus pais acordam. O meu pai já não me deixa ir para as aulas. Em vez disso, pede-me que vá comprar o jornal.
Tenho 16 anos, a vida pela frente, a cabeça cheia de sonhos, uma vontade louca de correr para a Baixa, de participar na revolução.
Em vez disso, volto para casa e fico o dia todo a ouvir as notícias. É o meu último dia de repressão.
25 de Abril de 2009 - Duas horas da manhã. Estou a actualizar o meu blog. Vou deitar-me tarde, mas não faz mal, porque é feriado. Comemoram-se 35 anos de Liberdade.
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